sábado, 13 de setembro de 2008

Competência punida

No mês de setembro, a Polícia Federal de Brasília pediu a prisão da jornalista Andrea Michael. Ela foi acusada de divulgar informações sigilosas a respeito da operação Satiagraha. O pedido de prisão da PF faz parte desta Operação. Isso levantou discussões a respeito do assunto: ela estava certa ao divulgar dados sigilosos? A quebra de sigilo é crime, mas ela é jornalista. Os jornalistas Paulo José Cunha (Comitê de Imprensa), Vannildo Mendes (O Estado de São Paulo) e Fábio Vannuzio (Rede Bandeirantes) fazem uma mesa redonda para analisar a situação de Andrea.
De acordo com Mendes, a investigação feita por Andrea é a prática jornalística. “A obrigação de segurar a informação é deles (justiça). A nossa é de investigar e divulgar”. Não cabe a ela esperar que a Operação termine para ser divulgada qualquer notícia a cerca do assunto. O papel do jornalista é ser o elo entre a população e o ocorrido.
Nesse contexto, a mesa redonda se desenvolve. A quebra de sigilo não foi da jornalista. Muito provavelmente, essa informação partiu de alguém responsável por proteger essas informações. Ela apenas usou isso como gancho para fazer o que os jornalistas chamam de furo de reportagem. Pode não ter dado muito certo, mas ela realizou sua função com a competência que se espera de um (a) jornalista.

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