quinta-feira, 16 de abril de 2009

Estudantes complementam eventos de moda no DF




A participação de alunos do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB) em eventos realizados no DF vem aumentando a cada semestre. A teoria e a prática lado a lado tem se feito presente. O exemplo mais recente foi a atuação dos estudantes nos desfiles do Capital Fashion Week (CFW) e do Claro Park Fashion, realizados no mês de março.

A parceria do IESB com a produção do CFW, por exemplo, acontece pelo quarto ano consecutivo. Alunos de moda, publicidade e propaganda, jornalismo, cinema, gastronomia e relações internacionais formam o grupo de futuros profissionais que fazem desses grandes eventos, seus laboratórios experimentais. É ali que o aprendizado é posto em prática. De acordo com a Central de Mídia do IESB, os alunos que mais procuram participar, são os de jornalismo até porque a área de atuação deles é maior.

Apesar disso, o grande destaque dos desfiles são os estudantes de moda. Alunas que ainda estão no começo do curso ganharam espaço para colocar suas coleções na passarela. Com isso adquirem experiência não só na produção dos modelos, mas também trabalhando ao lado de grandes nomes da moda. Akihito Hira é um deles. Ele trouxe uma coleção inteiramente masculina para esse semestre, que foi muito bem recebida pelo público. Akihito acredita na importância de se abrir espaço para os futuros colegas de trabalho. “As oportunidades em grandes eventos são grandes portas para estudantes iniciarem na profissão”, afirma o estilista.

Malana, uma das finalistas do concurso Brazil’s Next Top Model, também acha interessante que os alunos façam parte desses acontecimentos. “Acho que a participação desses estudantes nesse tipo de evento tem uma importância muito grande, principalmente para os alunos de moda, que vivenciaram todo o processo de criação até a finalização dos desfiles.” Ela acredita que eles aprendem na prática o que foi visto em sala de aula, além de aprender ensinar uns aos outros.

Para os alunos, os desfiles formam uma festa a parte. Há uma interação muito grande entre os cursos participantes. Além do contentamento dos alunos em participar dos desfiles, pode-se notar um grande esforço por parte do IESB em promover esses alunos e investir naqueles que estão sendo formados. Eles podem trabalhar com filmagens, fotografia, reportagem, backstage (bastidores dos desfiles), sitting (informar aos convidados de cada loja a cadeira reservada para cada um deles) e coordenação. A função de cada aluno depende bastante do semestre que ele cursa.

O estilista Akihito Hira diz ainda que acredita muito na seriedade do IESB como instituição de ensino, pois oferece a melhor estrutura e professores especializados que trazem um diferencial aos estudantes. A instituição vem crescendo e ganhando espaço e credibilidade por conta dessas oportunidades. Eda Coutinho, diretora do IESB, faz questão de prestigiar seus alunos e apoiá-los.

Os estudantes entram em contato com pessoas de suas respectivas áreas. São grandes (e talvez únicas) oportunidades. A jornada de cada aluno é longa, mas o primeiro passo pode ser dado nestes eventos.

domingo, 12 de abril de 2009

A obra

Raduan Nassar escreveu Lavoura Arcaica em 1975. Com um estilo ziguezagueante e narrado em primeira pessoa, o livro conta a história de André. O personagem conta sua vida de uma maneira não cronológica, indo e voltando da infância até o momento em que vive. O livro é divido em duas partes: A partida e O Retorno. Ele foge de casa e abandona uma família de agricultores ainda regida pelo sistema patriarcal. Anos depois, quando seu irmão Pedro o encontra, André conta a ele as razões que o fizeram sair de casa. Pedro então o convence a voltar para casa e para a família.

André vivia a frente de seu tempo. Não agüentava mais o meio rural. Para ele, as gerações se perdiam no tempo. Nada de novo acontecia. Não concordava com o sistema arcaico e rígido em que seu pai vivia e educava a família. Com freqüência, comparava a forma carinhosa como sua mãe o tratava e a dureza das palavras e atitudes de seu pai.

Além das discórdias com seu pai, André alimenta uma paixão platônica e incestuosa por sua irmã Ana. Isso o atormenta e o consome durante anos e é um motivo a mais para sua partida. Essa paixão levanta a discussão que sonda os relacionamentos entre membros de uma mesma família.

Quando o protagonista resolve abandonar a casa, ele coloca em risco todo o equilíbrio da família. Esta, por sua vez, é permeada pela forte presença da religião e pela severidade patriarcal. É aí que o pai de André resolve mandar Pedro, o filho mais velho, em busca do ‘filho pródigo’. Pedro o encontra em uma pensão, numa cidade também interiorana.

Ao conversarem, André explica porque saiu de casa. Sem revelar seus sentimentos e desejos por Ana, pergunta sobre ela ao irmão que traz noticias. Pedro explica a situação da família. Diz que a mãe sofre muito com sua partida e que o clã está em decadência desde que ele saiu de casa.
Depois de muita explicação e conversa com André, Pedro o convence a voltar para casa.

Ao retornar, André é recebido com grande entusiasmo por todos. Uma longa conversa com o pai e a festa que lhe foi preparada só comprovam a distância das idéias e opiniões entre os dois. Ao reencontrar Ana, André percebe que seus sentimentos por ela não mudaram em nada. Pelo contrário: a paixão vem à tona com uma força ainda maior.

Quando o pai percebe que Ana também é apaixonada por André, ele mata a filha. Ana é um pivô na trama do começo ao fim. O pai também morre no final do livro, mas não fica explicita a razão. Como se isso não bastasse, seu irmão caçula (Lula), pretende deixar a fazenda e procurar novas oportunidades em outros lugares. É o êxodo rural fazendo parte da narração.

O livro conta com uma linguagem quase poética. É possível imaginar cada cena de forma intensa. Beleza, erotismo e drama são qualidades dessa narração. As divergências entre os ideais de membros da mesma família são colocadas em xeque. A paixão entre parentes também é assunto.

O interessante desse livro é que todos os dramas nele descritos podem ser trazidos para os dias atuais. Não são fatos que foram motivos de discórdia apenas no passado.

André busca uma individualidade dentro da família, mas ao mesmo tempo quer ‘seu lugar à mesa’. Pessoas hoje ainda vivem esse dilema. Os filhos querem a liberdade de sair da casa dos pais, mas sabem o que espera por eles. Um leque de responsabilidades e dúvidas se abre ao sair da proteção da casa dos pais.


Em relação à forma como o pai educa os filhos e como a família é submissa a ele, também são características de dias atuais. Talvez não com a mesma rigidez nem por conta dos mesmos valores, mas há famílias parecidas com a de André ainda hoje. Quando um grupo é regido pela presença marcante da religião, por exemplo, é normal que os casamentos sejam realizados somente entre famílias com os mesmos dogmas. O mesmo acontece em relação às etnias: são aceitas apenas as uniões de pessoas do mesmo grupo.

O tabu que existe entre a união de membros da mesma família, persiste. Casamento entre primos, por exemplo, não são bem vistos. Além do cunho moral, a genética é imposta. A união entre pessoas de um mesmo grupo pode proporcionar com mais facilidade o desenvolvimento de doenças hereditárias. Isso se agrava quando acontece entre irmãos nos dois aspectos.


André deixa a fazenda por conta dessa paixão e por acreditar que seu lugar não era ali. Parte para outro município interiorano em busca de novas oportunidades. Isso é o que acontece com muitas pessoas no país. Até pouco tempo, a maior parte da população brasileira morava em meio rural. O fenômeno do êxodo é recente. Muitas pessoas seguem essa idéia. Buscam uma melhora nas condições de vida.

Lula é seu irmão caçula e revolve seguir seus passos ainda que isso não fique bem claro na narração. É o que acontece: quando um tem a coragem de buscar algo melhor, mesmo que não dê certo, tem sempre alguém disposto a segui-lo e tentar. O mundo evolui e aqueles que acreditam e vivem nessa evolução não se acomodam no tempo. Se necessário, batem de frente com gerações passadas como foi o caso de André.

Lavoura Arcaica é instigante porque seus leitores acabam se identificando com os personagens em algum momento. São acontecimentos não raros que podem fazer parte da vida de qualquer pessoa em alguma medida.



segunda-feira, 6 de abril de 2009

pai rico, filho pobre (de espírito)

“Nápoles, Itália, verão de 1924. Alegre, recém-chegado do Brasil, o conde Francesco Matarazzo entra na alfaiataria predileta. Confere as medidas, examina dezenas de cortes de casimira inglesa, escolhe um. O velho alfaiate estranha:

- Só um terno, senhor conde? Vosso filho mandou fazer meia dúzia hoje de manhã.
- Ele tem pai rico, eu não.”

É esse o prefácio do livro Matarazzo [a travessia], de Ronaldo Costa Couto. A resposta do senhor Matarazzo não precisa de maiores comentários. Lembrei-me dessa passagem depois de assistir a um vídeo indicado por um amigo. Nele, um repórter chamado Élcio Coronato sai pela noite em busca de jovens. Ele apenas quer saber quanto eles gastam em uma noite. E a resposta me envergonha.

Um deles diz que quando bebe moderadamente o gasto é de 150 reais, em média. Um segundo rapaz dá o valor de 200 reais. A pergunta vai então para uma jovem. A resposta me quebrou... 500 reais é o que ela gasta em uma noite. Quando o repórter pergunta quem banca, ela dá uma resposta ainda mais vergonhosa: “meu pai.” Eu definitivamente não entendo.

O salário mínimo está em 465 reais. Normalmente, esse valor vai sustentar uma família inteira durante um mês. Aí vem alguém com vinte e poucos anos, sustentado pelos pais, dizer para quem quiser ouvir que ele gasta 100, 200, 500 reais cada vez que sai de casa. Pagam por uma bebida até seis vezes mais que o seu custo real. Burrice agora é sinal de riqueza (e popularidade).

Mas vem cá... quem é que merece um castigo por isso? Sim, porque como a menina aí em cima disse, é o pai quem banca. E não adianta dizer que muitas vezes os pais não sabem como os filhos gastam o dinheiro. Essa é a velha muleta do aleijado. É mais fácil dizer que não sabe pra onde vai o dinheiro, que negar algo aos filhos. Beeeela formação de cidadãos!

As pessoas perderam a noção do que é sofrer para conquistar um patrimônio. Especialmente aquelas que se utilizam dele sem nem saber de onde veio. Acho que agora está explicado porque um dos jovens rasgou 150 reais dizendo que era “MIXARIA ESSA MERDA AÍ.” De fato. Abrir a carteira do “paitrocinador” é bem rentável e não é lá um serviço árduo.

Ah sim, e lembrando: http://ow.ly/2b6y esse é o site para quem quiser entender bem a minha revolta. Aos que acham que isso é uma crítica, só para confirmar e reforçar a idéia, digo que de fato É UMA CRÍTICA. Obrigada.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Legalização da maconha

A verdade é que esse assunto está rendendo matérias e matérias em todos os meios de comunicação. Por não ser considerada uma droga química, por especialistas afirmarem que com a legalização da droga, o tráfico deixaria de ser um problema e por se ter ex-presidentes de países com sérios problemas quando o assunto é maconha. Seja por qual for o motivo, esse assunto está dando o que falar pois sempre há uma resposta pra lá de imediata do lado que é contra a legalização.

A maconha é considerada uma droga psiquica, pois o efeito trazido por ela faz com que o usuário acredite não conseguir mais ficar sem seus efeitos. O cigarro é considerado mais agressivo, por exemplo, pois seus componentes são prejudiciais para a parte fisíca do corpo. Mesmo não sendo considerada agressiva, deve-se levar em consideração o fato de a maconha ser a 'porta de entrada' para outros tipos de droga na vida de uma pessoa. Além disso, aquele argumento de que a juventude dos anos 1960 já usava não faz mais sentido. A composição da droga mudou e sua utilidade também. Já não se tem uma juventude em busca de ideais. É juventude perdida que busca nesse tipo de substância uma fuga para os problemas (que muitas vezes não existem). Deve-se lembrar da grande parcela de contrabandistas composta por pessoas da classe média alta.

Alguns dizem que a legalização é uma maneira de conter o tráfico. Sinto informar, mas o tráfico não é de maconha. Essa, qualquer um encontra em qualquer lugar. Ninguém precisa subir o morro pra conseguir. Plantar a droga no quintal de casa é tão fácil quanto plantar em espaços reservados para o jardim na faculdade (acreditem: isso acontece não muito longe de você). Esse é mais um daqueles argumentos sem muito fundamento, mas bem utilizado quando o assunto é comoção.

O apoio de ex-presidentes como Fernando Henrique Cardoso em decisões como essas é valiosíssimo. Alguém que já governou um país como o Brasil deve saber o que diz. Um país cheio de favelas, que é uma das principais rotas internacionais de tráfico, tem em sua população traficantes pra lá de experientes e tem em seu governo políticos plantando equitares e mais equitares de maconha, não é pra qualquer um governar. Espera-se que esses que apoiam saibam mesmo o que estão fazendo.

Não adiantam falar em medidas preventivas. Falar que está liberado mas que não é uma boa idéia usar, será tão eficiente quanto as campanhas contra o cigarro e bebidas alcoólicas. Todos sabem que faz mal, mas continuam usando. Continuam usando e trazendo prejuízos catastróficos para o país. Tanto financeiro quanto na contabilidade de vidas perdidas e famílias destruídas.

sábado, 13 de setembro de 2008

Afinal, o que é cultura?


O conceito de cultura pode ser relativo considerando as mudanças ocorridas no significado dessa palavra ao longo do tempo. Anos atrás, ser uma pessoa culta era possuir um grande conhecimento erudito. A cultura era medida de acordo com o número de livros que uma pessoa lia, com o número de peças de teatro assistido por ela e até mesmo as músicas ouvidas por ela. Mas isso vem mudando e isso acontece porque a sociedade mudou e virou um organismo muito mais complexo. A estrutura familiar, o ambiente de trabalho e tudo relacionado à organização de um grupo humano mudou. Com isso, a definição de cultura ganhou novos ares.


De acordo com o livro de José Luiz dos Santos, a coexistência de múltiplas culturas marca a história do homem. Já aqui admitimos outro conceito de cultura: o de costumes e marcas históricas dentro de um determinado grupo humano. O escritor afirma que nós temos duas concepções básicas do que venha a ser cultura. A primeira delas diz respeito a todos os aspectos sociais de forma um tanto quanto generalizada (a cultura européia, a cultura xavante). Já a segunda, diz respeito aos pormenores de cada grupo (considera-se que dentro da cultura européia existam franceses, italianos, alemães e portugueses comendo, se vestindo, falando e agindo de maneira diferente entre si).


José Luiz dos Santos escreve sobre a classificação recebida por cada cultura. Algumas são consideradas mais avançadas, outras menos e há aquelas em estágio de selvageria. Seguindo o padrão europeu, os grupos são classificados. Segue-se esse padrão porque se acredita na superioridade do europeu. Acredita-se que, por ele ser mais avançado em alguns aspectos (como a economia, por exemplo), ele seja superior. Aí começa um grande erro da sociedade.


Biologicamente falando, os humanos foram se reproduzindo, dando origem a novas pessoas. Essas novas pessoas logo se tornaram milhões. Passaram então a casa dos bilhões e foram se distribuindo pelo planeta, atingindo dimensões continentais. Não se pode pensar na homogeneidade de pensamentos, ações, alimentação, costumes e crenças em um espaço tão grande e com um número crescente de pessoas.


Cada grupo se desenvolve de acordo com as necessidades do lugar em que nasceu. Usa esta ou aquela roupa, de acordo com a temperatura do lugar e se alimenta dos alimentos disponíveis. São grupos vivendo separadamente. São grupos que sabem de suas próprias necessidades. Não se podem hierarquizar culturas. Um grupo de agricultores não é mais avançado que um grupo nômade porque sabe plantar seu próprio alimento. Assim como o nômade não pode ser considerado mais avançado por conhecer mais lugares que o agricultor. São desenvolvimentos em áreas diferentes.


Alem disso, é muito comum o uso do “modo geral”. A cultura brasileira não pode ser vista como algo homogêneo. O Brasil é uma nação. Dentro dessa nação existem grupos agindo de maneiras diferentes, há culturas diferentes. O sulista pode não concordar com o modo de vida do nordestino. São maneiras de pensar diferentes, mas que pensam num mesmo espaço chamado nação. A empregada doméstica não ganha o salário de uma advogada e tampouco vivem de maneiras parecidas, mas estão inseridas em um mesmo contexto e podem, inclusive, construir uma relação profissional.


A palavra cultura pode designar o oposto à barbárie e pode ser a alta cultura. No primeiro caso, ela vem como sendo marca registrada da civilização. Este ou aquele é um país culto seria o mesmo que inferir a ele um título de país civilizado. Já no segundo caso, diz respeito à posição digna de nota e admiração por ser o oposto a falta de conhecimento (domínio da língua escrita, por exemplo) e de religião. Durante muito tempo cultura e civilização tinham o mesmo significado.


Com o passar do tempo e depois de muitas discussões, o mundo passou a admitir outros conceitos de cultura. Foi deixando de ser sinônimo de civilização para ser marca registrada do ser humano. Todas as pessoas possuem cultura. Alguns países produzem mais algodão, outros produzem mais cana. Algumas pessoas são excelentes escritoras, outras tocam um violão como ninguém. É nesse contexto que a cultura popular aparece, dividindo o espaço com a cultura erudita (até então aceita como única e absoluta).


Entrando um pouco na parte jornalística, a comunicação de massa é um dos grandes responsáveis pela homogeneidade dos padrões de vida de um grupo. Isso acontece principalmente em sociedades capitalistas em que o consumo deve acompanhar o crescimento da indústria e não o contrário. Esse tipo de comunicação consegue atingir a todos (ou pelo menos grande parte do público) de maneira igual, de modo que a classe social, raças e crenças não são levadas em conta. Dessa maneira todos se sentem membros de uma mesma cultura e com essa sensação de igualdade, o publico se adere àquilo que lhe é passado.


Os meios de comunicação são formas poderosas de padronizar uma cultura. Eles parecem atingir cada pessoa individualmente, fazendo-a pensar como querem que ela pense.
No caso da cultura nacional, pode-se dizer que mesmo nação e cultura tendo dois significados distintos elas estão interligadas, pois ambas são decorrências de fatos históricos. A cultura nacional de uma determinada nação é reflexo de todo um contexto.


No Brasil, fala-se muito do ‘jeitinho brasileiro’. Em meio a problemas como fome e falcatruas da política, o povo começou a se adaptar desde cedo a esse tipo de situação, driblando as dificuldades. Isso pode conferir ao Brasil um ar de conformismo, como se as pessoas tivessem se acomodado diante de situações “sem solução”. Isso é uma das características brasileiras aos olhos da própria nação e aos olhos de outros povos também. O jeitinho brasileiro é cultura comum.


Cada vez mais a cultura é ligada ao poder. A cada dia o espaço para discussões a cerca do que seja cultura, tem aumentado. E não é à toa. Sendo sinal de poder, ela deve ser entendida para ser controlada. Cultura está ligada também a economia já que em suas varias formas, ela acaba trazendo o lucro. Existem empresas públicas cuidando dessa área, inclusive.


Em resumo, o que se vê no livro de José Luiz dos Santos são as mudanças sofridas pela definição de cultura ao longo do tempo, os equívocos cometidos ao se afirmar que esta ou aquela cultura é mais avançada e o uso dessa afirmação para hierarquizar os povos. Não chegamos ainda a um denominador comum sobre esse assunto. Mas com as várias pesquisas pode-se observar que a cultura não é algo permanente. Ela muda o tempo todo. Isso explica inclusive a celebre frase repetida pelos mais velhos: “... mas no meu tempo não era assim”.

Competência punida

No mês de setembro, a Polícia Federal de Brasília pediu a prisão da jornalista Andrea Michael. Ela foi acusada de divulgar informações sigilosas a respeito da operação Satiagraha. O pedido de prisão da PF faz parte desta Operação. Isso levantou discussões a respeito do assunto: ela estava certa ao divulgar dados sigilosos? A quebra de sigilo é crime, mas ela é jornalista. Os jornalistas Paulo José Cunha (Comitê de Imprensa), Vannildo Mendes (O Estado de São Paulo) e Fábio Vannuzio (Rede Bandeirantes) fazem uma mesa redonda para analisar a situação de Andrea.
De acordo com Mendes, a investigação feita por Andrea é a prática jornalística. “A obrigação de segurar a informação é deles (justiça). A nossa é de investigar e divulgar”. Não cabe a ela esperar que a Operação termine para ser divulgada qualquer notícia a cerca do assunto. O papel do jornalista é ser o elo entre a população e o ocorrido.
Nesse contexto, a mesa redonda se desenvolve. A quebra de sigilo não foi da jornalista. Muito provavelmente, essa informação partiu de alguém responsável por proteger essas informações. Ela apenas usou isso como gancho para fazer o que os jornalistas chamam de furo de reportagem. Pode não ter dado muito certo, mas ela realizou sua função com a competência que se espera de um (a) jornalista.

Procura-se estágio!


Você procura estágio? Bem-vindo a leitura desse texto então. Nossa, como é difícil! Se for procurar pelo método convencional, de cara eles te pedem um currículo. Agora, me explica uma coisa: que currículo tem uma pessoa de 18 anos que acaba de sair da casa dos pais (ou não) e leva a vida corrida de um universitário?

De atendente de loja a assessor-executivo de algum político, todos querem o tal currículo. Além de um bom curso de inglês, de alguns cursos práticos na sua área de atuação, estar cursando pelo menos o 4° semestre do seu curso, de um bom papo, de um pouco de beleza (não em todos os casos, mas é bom também), um pouco (muito) talento e agilidade, é de fundamental importância que você tenha também um bom QI.

O nosso velho e conhecido QI é aquela pessoa com um pouco de influencia e que é amigo do tio da nora da sobrinha do seu futuro chefe. Seu futuro chefe também pode ser seu QI antes mesmo de ser seu chefe (entendeu, né?). Até faz sentido se considerarmos que os bons merecem os melhores lugares... Mas seria interessante que essa onda de influencias fosse deixada um pouco de lado. Ainda mais em relação a universitários que estão começando.
Deixem os verdadeiros talentos aparecerem naturalmente. Senhores empregadores, o beneficio desse tipo de contratação vem em longo prazo. Dêem espaço para nós, universitários iniciantes, mostrarmos que mesmo sem um bom QI, nos sobra eficiência. E tenho dito.